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sábado, 3 de novembro de 2012

Ferreira Gomes e a eleição mais fraudulenta de Fortaleza

Daniele Bezerra - danielebezerra@oi.com.br
(…) O sentimento é de indignação, de estarrecimento e sede de justiça.  Muitos podem pensar que tudo isso é discurso de perdedor, de quem não tem  humildade para perder nas urnas, como dizem  aqueles que vilipendiaram o poder de escolha do cidadão,  alguns colunistas políticos que, certamente, não estiveram nas ruas para acompanhar as eleições, e ainda outros que, mesmo sendo do PT, não se deram conta da gravidade dos acontecimentos.  A questão não é perder, nem ganhar. Quantas e tantas eleições o Partido dos Trabalhadores perdeu e quantas e tantas outras venceu. Inclusive agora, no pleito da cidade de São Paulo, que  foi o exemplo mais exponencial de que mesmo à contragosto da imprensa nada imparcial deste país, o PT elegeu o seu prefeito. Além do mais, o  partido  aumentou o número  de prefeituras. Mas voltemos à questão: E Fortaleza?
Uma breve história para os deputados Artur Bruno e Zé Aírton.
Em 28 de outubro de 2012, Fortaleza foi o cenário da eleição mais fraudulenta que já presenciei.  Acordei cedo, com o coração pulando nervoso e fui fiscalizar a eleição no bairro Vila União. O que vi acontecendo, de tão escancarado, deixou-me, por vezes em dúvida: Isso pode? 
Lá presenciei o bairro sendo invadido por carros de luxo, bem cedo, guiados por homens e mulheres, patricinhas e mauricinhos com a camisa canarinha, não aquela do futebol, mas a outra, a do candidato que nos mostrava que haveria um jogo, todavia bem mais sujo do que se esperava. E assim o foi. Vi passarem mini carreatas, compra de votos, boca de urna, intimidação aos que não votavam no candidato Roberto Cláudio, e quando eu fotografava as cenas, os que assim agiam nem se acanhavam, ouvi por diversas vezes que podia fotografá-los, no mais alto tom de zombaria.
Num determinado momento conseguimos fazer o flagrante de um carro jogando material do candidato dos Ferreira Gomes em frente ao colégio que era zona eleitoral. Conseguimos trazer os únicos dois policiais que lá estavam para autuarem em flagrante o motorista do carro. E assim foi feito. Durante o caminho, perguntei aos policias aonde estava o contingente nas ruas que ninguém  via. O Cabo da polícia me informou que o Governador havia aquartelado os policias, mandando um  número bem pequeno para as ruas e àqueles que pegassem os “amarelinhos”  seriam transferidos.
Todavia, a minha maior  perplexidade não se deu nas ruas, mas na Polícia Federal, local onde passei do final da manhã às 16h30min. Vi ônibus vindo de Redenção com “amarelinhos” preso, major sendo preso por boca de urna, outras altas patentes da polícia indo soltar. Enfim, o movimento foi frenético. Lá assisti às cenas mais tristes da arrogância ferreirista.  Cid Gomes intimidando policiais que haviam feito a prisão dos “jogadores” amarelinhos e liberando-os..     Todavia, a cena mais patética e deprimente foi quando o Roberto Cláudio passou por uma moça que estava com uma blusa vermelha e estendeu-lhe a mão para cumprimentá-la, em puro tom de deboche. A moça percebendo a ironia, não deu-lhe a mão e o prefeito eleito de Fortaleza lhe disse: “Estou sendo educado! Se você fosse uma das nossas sairia daqui agora!” Saindo em seguida, junto ao governador do estado, ambos sorrindo. Neste momento fiquei imaginando quantas pessoas  estão sendo e seriam governadas por gente tão acanalhada. Que postura era aquela do  governador e do prefeito eleito?  Mas  infelizmente, naquele momento também, tive a intuição de que eles ganhariam a eleição. A pose de ambos, acompanhados de outras “autoridades”, como o Eunício Oliveira, era a de quem já sabia qual seria o resultado do pleito.
Fui para casa no final do dia e cansada dormi logo. Na manhã seguinte acordei literalmente sem voz, típico de quem engoliu um sapo! Um sapo não, um pinguim!


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